P&R com Daniel Devine, CPA, CFF, Vice-Presidente Sênior da Lowers Forensics International
Com sede na cidade de Jersey – NJ, Daniel Devine, CPA, CFF, traz mais de 30 anos de experiência contábil forense para grandes seguradoras, escritórios de advocacia e corporações. Uma das áreas em que Daniel se concentra são as investigações de fraudes corporativas.
Nós sentamos com Daniel recentemente para falar sobre seu trabalho.
P. Do que você mais gosta ao trabalhar com investigações de fraude?
R. Vamos começar com o que eu não gosto. Não gosto de ver um negócio passar pelo impacto devastador de uma perda causada por fraude. Especialmente considerando que as perdas por fraude ocupacional são causadas pelas pessoas que a empresa mais confia — seus funcionários.
A realidade é que a fraude acontece, e acontece a uma taxa alarmante. Como profissional da área de contabilidade forense, gosto de poder usar meus chapéus, contábil e investigativo, para ajudar as empresas a obterem a clareza de que tanto precisam após uma perda. Quando sou contratado para investigar uma perda que envolve fraude, estou procurando descobrir como a fraude foi perpetrada, quais protocolos estavam em vigor e como esses controles foram contornados. Também auxilio os negócios impactados, fazendo recomendações sobre como eles podem fortalecer seus controles internos para evitar que a situação volte a acontecer. Pelo lado dos números, estou procurando determinar há quanto tempo o funcionário acusado estava cometendo a fraude e quanto a fraude custou à empresa para verificar e documentar seu pedido de indenização de seguro.
Na maioria das vezes meu trabalho é realizado para a seguradora validar um sinistro de fidelidade de funcionários, no qual eu atuo como um contador forense independente, mas eu também trabalho para empresas e /ou indivíduos, antes da apresentação de um aviso de sinistro, caso uma apólice esteja em vigor.
P. Há um processo típico que você segue?
R. Na Lowers Forensics International, nosso processo realmente depende da seguradora ou da empresa que nos contrata e do nível de apoio que eles precisam. Algumas seguradoras menores pedem para revisarmos o aviso de sinistro e a documentação comprobatória, para entrarmos em contato com o segurado para questionamentos e para auxiliar o segurado na conclusão da comprovação da perda. Além disso, quando se trata de investigações de sinistro por fraude ocupacional, precisamos revisar o arquivo pessoal para confirmar que a pessoa desonesta ou negligente era realmente um empregado e não um subcontratado, identificar quaisquer atos prévios de má conduta e confirmar o período de emprego do acusado. Também pesquisamos o acusado para identificar quaisquer bens que possam ser recuperáveis através de procedimentos de restituição, após termos verificado o suposto roubo.
A contabilidade forense não apenas lida com fraudes, mas também pode ser usada em outras situações. Toda investigação de fraude envolve três etapas simples; planejamento da investigação, coleta de provas (documentação comprobatória) e relatório factual. Algumas das técnicas contábeis utilizadas na investigação incluem mineração de dados, revisão de documentação adicional (além da original relativa ao sinistro) e a realização de entrevistas.
P. Pode nos contar sobre um dos casos mais notáveis que já lidou?
R. Trabalhei em um caso envolvendo uma grande empresa de distribuição de peixes em Lower Manhattan. Havia um gerente que estava chegando para trabalhar cedo, às 4hs da manhã e geralmente antes de todos os outros chegarem. Durante esta madrugada, ele havia carregado caminhões refrigerados com estoque da empresa para clientes reais que em troca pagavam em dinheiro, o que nunca foi relatado ao seu empregador. Fui trazido para fazer uma investigação para uma das maiores seguradoras que responderam a este sinistro. Nós trabalhamos através dos números e encontramos uma perda de estoque de pouco mais de US $ 1 milhão, que excedeu os limites da apólice. Então perguntei sobre vendas em espécie, no entanto a empresa alegou que eles não tinham nenhuma venda em dinheiro. Curiosamente, eu tinha comprado peixe deste mesmo local por vários anos e pago sempre em dinheiro. Até pude explicar a eles o layout físico do freezer. Eu pensei que estava comprando da empresa legítima porque eu ia até uma janela e pagava em dinheiro, mas eu descobri que o estoque estava sendo desviado e os proprietários do negócio não tinham a menor idéia do que estava acontecendo.
Este caso foi notável não apenas pela forma ousada com que a fraude foi perpetrada, mas também pelo orgulho que tive em poder quantificar a perda e ajudar a empresa com seus controles internos para ajudar a evitar que esse tipo de perda voltasse a ocorrer.
P. Em sua experiência, qual é o controle mais ausente em casos de fraude?
R. A ausência de uma adequada segregação de funções é muito comum em casos de fraude. Por exemplo, uma empresa simplesmente não pode ter a pessoa recebendo os cheques e ser a mesma que está preenchendo os formulários de depósito e realizando a reconciliação bancária. A falta de segregação de funções é um erro crítico para muitas pequenas e médias empresas.
P. Quais são os principais “red flags” de fraude que você encoraja as empresas a verificar?
R. Há uma série de red flags que parecem prevalecer em muitas das investigações de fraude em que estive envolvido:
- Um funcionário vivendo além de suas possibilidades;
- A empresa de repente tem dificuldades financeiras;
- Variações materiais nas contas de despesas de um ano para o outro;
- Uma relação muito próxima com um cliente ou fornecedor;
- Deficiências de controle ou falta de vontade em compartilhar tarefas;
- Empregados que nunca tiram férias ou ficam doentes.
Tenho orgulho de ser um dos líderes da equipe internacional de investigação de fraudes corporativas da Lowers Forensics.
Daniel Devine e a equipe forense da Lowers estão aqui para ajudá-lo a chegar à verdade por trás dos números. Entre em contato conosco para discutir suas necessidades.